27 de março de 2009

Oque é Wicca


A Wicca é uma religião Neopagã fundamentada nos cultos da fertilidade que se originaram na Europa Antiga. O Bruxo inglês Gerald B. Gardner impulsionou o renascimento do culto na Wicca, junto com outros bruxos, em meados dos anos 40 e 50. Embora essa fundação tenha ocorrido provavelmente na década de 1940 só foi revelada publicamente em 1954, quando da época da sanção da última das leis contra a Bruxaria na Inglaterra. A tradição Wicca e seus termos são baseados em diversas culturas Pagãs antigas, modificadas pelo que segundo Gardner era uma tradição sobrevivente da Bruxaria Medieval, mas da qual o conhecimento que temos é obscuro.

Desde seu renascimento, várias tradições da Wicca surgiram. Algumas se afastando consideravelmente dos conceitos da década de 50. A tradição que segue os ensinamentos e práticas específicas, conforme estabelecidos por Gardner, é denominada Tradição Gardneriana. Além dela, muitas outras tradições da Wicca se desenvolveram e também existem muitos praticantes que não pertencem a nenhuma tradição estabelecida, mas criam a sua própria forma de culto (ecléticos) aos Antigos Deuses, denominando-se Bruxos Solitários. Estes podem, contudo, participar dos Sabbats e Esbbats com outros bruxos.

É importante frisar que a Wicca não é uma religião mantida ininterruptamente desde a Antigüidade, mas ela tem bases em crenças e rituais antigos.

DEFINIÇÃO

A palavra "Wicca" vem do Inglês antigo, tendo sido reintroduzida no uso moderno daquele idioma por Gerald Gardner, em sua publicação de 1954. Embora Gardner utilizasse a grafia "Wica", popularizou-se o uso de "Wicca", mais coerente à etimologia da língua inglesa moderna.

Os primeiros livros sobre Wicca em língua portuguesa foram traduções da língua inglesa, tendo seus tradutores optado por manter a grafia original. Mais tarde, os livros escritos diretamente em Português mantiveram esse uso. No entanto, não há consenso entre autores e tradutores sobre a palavra a ser usada na língua portuguesa para designar o praticante da religião Wicca, sendo utilizadas mais amplamente as formas "wiccano(a)" e "wiccaniano(a)". É também de uso menos comum a forma "wiccan", como no original em inglês, para ambos os sexos.

Os defensores da forma "wiccaniano" alegam ter sido o primeiro livro sobre Wicca traduzido para o Português o "Feitiçaria Moderna", de Gerina Dunwich, onde foi utilizada essa forma. Os demais termos são normalmente mantidos sem tradução, em sua forma originalmente usada na língua inglesa.

Embora sejam algumas vezes usadas como sinônimo, Wicca e Bruxaria são conceitos diferentes. A confusão se dá porque tanto os praticantes da Wicca quanto os da Bruxaria - Moderna ou Tradicional - se denominam Bruxos. Da mesma forma, não devem ser confundidos os termos Wicca e Neopaganismo, uma vez que a Wicca é apenas uma das expressões modernas do antigo Paganismo.

A Wicca é uma religião iniciática e pode ser praticada tanto de forma tradicional quanto de forma solitária. Nas formas tradicionais, os praticantes avançam através dos graus de iniciação da religião e geralmente trabalham em covens (grupos de iniciados que celebram juntos, liderados por uma Alto Sacerdotisa e por um Alto Sacerdote). Na forma solitária, os praticantes celebram os Rituais Sazonais sozinhos ou podem se reunir com outros Solitários nestas datas.

Todas as formas de Wicca cultuam a Deusa e o Deus, variando porém o grau de importância dado ao culto de cada um deles, pois apesar de existirem tradições que cultuam a Deusa com maior ênfase, o culto aos dois com igual dedicação é um ponto forte e mais presente nas crenças wiccanianas devido ao trabalho com o equilíbrio entre os Gêneros Divinos, Feminino e Masculino.

CRENÇAS E PRATICAS

Há diversas denominações (chamadas comumente de Tradições) Wiccanianas. Assim, há uma enorme quantidade de variações sobre as crenças e as práticas wiccanianas.

A prática wiccaniana mais comum cultua duas divindades, a Deusa e o Deus, algumas vezes chamado de Deus Cornífero (do latim: "o que porta cornos").

Algumas tradições, principalmente as denominadas Tradições Diânicas, dão mais ênfase ao culto à Deusa. Outras, entretanto, dão ênfase ao Deus e à Deusa como complementares de onde surge toda a criação, em igualdade de condições. Algumas Tradições Diânicas feministas não consideram o Deus. Alguns praticantes discordam dessa posição, dizendo não haver razão para realizar as celebrações ritualísticas mais importantes sem a presença das duas polaridades. Outros praticantes vêem a Deusa como a Criadora e a Incriada, sendo assim o Deus apenas uma parcela Dela.

O culto na Wicca é fundamentado no equilíbrio entre as polaridades encontradas na Natureza e entre os Gêneros Divinos. Entretanto, os praticantes da Wicca ainda são politeístas, já que essa é uma característica essencial do Paganismo.

Os ritos da Wicca reverenciam a ligação da vida dos praticantes e das Divindades com a Terra. Essa reverência se expressa, principalmente, através de rituais cuja liturgia celebra as lunações e as mudanças das estações do ano, através de um antigo calendário agrícola(Roda do Ano). Sem esquecer a crença na reencarnação dentre os Bruxos Modernos.

Os praticantes da Wicca realizam rituais em honra à Deusa nas noites de Lua Cheia. Esses rituais são normalmente denominados Esbbats. Algumas tradições chamam também de Esbbat rituais realizados nas demais fases da Lua.

Esses rituais são celebrações onde se acredita que a Deusa manifesta-se na Suma Sacerdotisa através do ritual "Drowing Down The Moon", e através dela revela a sua sabedoria. Vale ressaltar que apenas a Alta Sacerdotisa e o Alto Sacerdote estão aptos a realizar tal ritual.

O culto à Deusa é vivenciado através das Suas variadas faces:

* A Donzela, que representa a pureza feminina, o vigor, a inocência e a sedução (Lua Nova e Crescente);
* A Mãe, fonte da vida e protetora (Lua Cheia);
* A Anciã, Velha e Sábia, conhecedora dos maiores mistérios da vida e da morte (Lua Minguante);
* A Iniciadora, seu lado escuro e destruidor (Lua Negra).


Vale alertar que não há espaço em nenhuma tradição que esteja inserida no Neopaganismo para o conceito de "Mal Absoluto". Caem por terra, dessa feita, as tentativas por parte de outras religiões de ligarem o Paganismo, Antigo ou Moderno, a entidades como do Diabo da mitologia cristã.

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